CIRCULAR Nº 05/2012
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Saudações
fraternas!
Mais um
ano litúrgico está chegando ao fim. Consequentemente, um novo ano litúrgico
se aproxima. O tempo do Advento marca o início deste novo ano, trazendo-nos a
alegria e a esperança de dias melhores pelo fato de Deus ter pisado em nossa
terra. O início do ano litúrgico nos permite colocar em destaque os motivos
dessa alegria e dessa esperança: Deus, mediante seu Espírito, não só se
aproximou da humanidade, falando pelos profetas, mas nos enviou seu próprio
Filho.
Um
acontecimento assim tão marcante deve ser muito bem celebrado. Por isso,
venho, através desta, apresentar-lhes algumas orientações e sugestões
litúrgicas e pastorais para este tempo tão especial:
1. “O
tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação
para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de
Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança,
voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim
dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um
tempo de piedosa e alegre expectativa”. (NALC, nº39)
2. O
espaço da celebração deve estar despojado e sóbrio. Um tronco com um broto ou
um galho seco com uma flor lilás ajuda a simbolizar o sentido da espera.
Lembrar que a cor litúrgica é a lilás ou a cor rosada, mais relacionada com a
piedosa e a alegre esperança própria desse tempo.
3.
Lembrar que durante o Advento não se usam flores nem se canta o Glória,
reservados para a Festa do Natal.
4.
Fazer a coroa do Advento, com ramos verdes, enfeitada com fitas coloridas e,
a cada domingo, introduzir uma vela até completar quatro, no final do
Advento. Poderá ser colocada junto ao altar ou próxima ao ambão. As velas vão
sendo acesas, gradativamente, nas quatro semanas do Advento: no primeiro
domingo, uma; no
segundo,
duas; no terceiro, três; e no quarto, todas. Estão presentes na coroa três
simbologias significativas: a luz como salvação, o verde como a vida que
esperamos, a forma arredondada como símbolo da eternidade. Ela expressa muito
bem a espera de Cristo como Luz e Vida para todos.
5. No
primeiro domingo do Advento, permite-se abençoar a coroa do Advento. Pode ser
no início da celebração, logo depois da saudação, antes do Ato Penitencial,
com a seguinte oração: “Senhor, nosso Deus, a terra se alegra nestes dias, e
vossa Igreja exulta diante do vosso Filho que vem como Luz esplendorosa para
iluminar os que jazem nas trevas da ignorância, da dor e do pecado. Cheio de
esperança em sua vinda, o vosso povo preparou esta coroa com ramos verdes e a
adornou com luzes. À medida que as velas desta coroa forem sendo acesas,
iluminai-nos, Senhor, com esplendor daquele que, por ser Luz do mundo,
iluminará toda a escuridão. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!”
6. Nos
ritos iniciais pode-se realizar o acendimento da coroa do Advento. A pessoa
que trouxe a vela coloca-a na coroa, fazendo uma breve oração: “A luz de
Cristo que esperamos neste Advento enxugue todas as lágrimas, acabe com todas
as trevas, console quem está triste e encha nossos corações da alegria de
preparar sua vinda!” ou “Bendito sejas, Deus bondoso, pela luz de Cristo, sol
de nossas vidas, a quem esperamos com toda a ternura do coração”. A vela
poderá ser acesa por uma mãe grávida. A comunidade pode cantar um refrão
apropriado.
7. Dar
destaque especial a todo o Rito da Palavra, proclamando os textos bíblicos de
maneira viva, com dignidade, com espiritualidade, de forma orante, sem
pressa, diretamente do livro próprio para as leituras. Isso exige que os
leitores se preparem bem antes, sobretudo pela oração e pela meditação da
Palavra a ser proclamada. À preparação espiritual para a proclamação da
Palavra, alia-se a preparação técnica: postura do corpo, tom de voz,
semblante, a maneira de aproximar-se da mesa da Palavra, as vestes... A
Palavra é realçada também por momentos de silêncio, por exemplo, após as
leituras, o salmo e a homilia, fortalecendo a atitude de acolhida à Palavra.
No silêncio, o Espírito torna fecunda a Palavra no coração da comunidade, a
exemplo de Maria. Cantar sempre o salmo, cujo refrão é acompanhado pela
assembléia. Antes da primeira leitura poderá ser entoado um mantra ou refrão
meditativo,substituindo qualquer comentário. Após a homilia, o mesmo mantra
ou refrão poderá ser repetido. Ex: “Desça como a chuva”, “Ó luz do Senhor”,
“Onde reina o amor”, “Shemá Israel”, “Escuta Israel”...
8. A
resposta às preces poderá ser cantada e expressar desejo e expectativa.
9. No
terceiro domingo do Advento, Domingo Gaudete, a cor litúrgica pode ser a
rósea. Sendo este domingo, o domingo da alegria, usam-se flores com
moderação. A vela deste domingo pode ser rosa.
10.
Antes de cada celebração criar um ambiente de silêncio e contemplação.
Durante esse momento poderá ser entoado um mantra. É importante que quem
estiver motivando esse mantra o faça adequadamente, isto é comece bem baixo,
vai aos poucos aumentando o volume da voz e depois abaixe novamente até ficar
um sussurro. Após esse momento dá-se início a acolhida ou o comentário
inicial.
11. Lembrar
da Coleta da Evangelização, dias 15 e 16 de dezembro,
cujo percentual de 45% será
destinado para o serviço pastoral da Diocese.
12. No
quarto domingo do Advento, será oportuno, durante a celebração, em momento
apropriado, colocar a imagem ou figura de Maria e de José no presépio. Valorizar
a participação das mães gestantes e de crianças nos vários momentos da celebração. Após
o Evangelho pode-se fazer uma bênção da árvore de Natal, iniciando-se com
este texto de Isaías: “Para ti virá o esplendor do Líbano, pinheiros,
olmeiros e ciprestes virão enfeitar minha morada” (Is 60,13). Oração:
“Bendito sejas, Senhor nosso Pai, que nos concedestes recordar com fé os
mistérios do nascimento de vosso Filho no meio dos pobres! Concedei-nos a
todos nós, reunidos ao redor desta árvore, que sejamos enriquecidos com os
exemplos da vida de Jesus Cristo, que vive e reina para sempre. Amém!” No
final da celebração, lembrando a gravidez de Isabel e Maria, dê-se uma bênção
especial às gestantes que forem à celebração.
13. Em
cada celebração, após a homilia, pode-se cantar um refrão meditativo, ou
mantra, para ajudar a interiorizar o sentido apontado pelas leituras.
14.
Lembrar que a bênção final é própria do Advento.
15. O
tempo do Advento é marcado de grande riqueza espiritual, alimentando a
esperança dos cristãos. Para aproveitar bem toda a sua riqueza, convém que se
cuide com maior carinho dos detalhes externos deste tempo (cantos, espaço
litúrgico, os diferentes enfoques das leituras e das orações, principalmente
dos Prefácios).
16. O
tempo do Advento é próprio para um “balanço” da caminhada cristã, pessoal e
comunitária, em direção ao Reino definitivo. Por isso, trata-se de um tempo
muito adequado para a celebração do Sacramento da Penitência, acompanhada da
confissão sacramental.
17. Nos
últimos anos, muitas comunidades eclesiais, influenciada pela onda consumista
das festas natalinas e de final de ano, estão assumindo o costume de enfeitar
suas igrejas bem antes de o Natal chegar. Em pleno tempo do Advento, que é
“um tempo de piedosa e alegre expectativa”, ornamentam suas igrejas com
flores, pisca-pisca, árvore de Natal e outros motivos natalinos, como se já
fosse o Natal. Não fica bem!
Não se
influencie pelos símbolos consumistas da nossa sociedade. Evite-se
enfeitar a igreja com motivos natalinos durante o Advento. Deixe o Advento
ser Advento e o Natal ser Natal. Enfeites natalinos dentro da igreja
só quando o Natal chegar. Então, sim! Com certeza, a festa será melhor!
Sobretudo se houver na comunidade uma preparação espiritual adequada.
18. Os
instrumentos musicais sejam usados com moderação, conveniente ao caráter
próprio do tempo do Advento, de modo a não antecipar a plena alegria do Natal
do Senhor.
19. O
presépio poderá ser montado aos poucos, a cada semana, até o quarto domingo.
Que seja, o quanto possível, expressão de nossa fé cristã e de nossa cultura.
É muito significativo construir o presépio em mutirão. Se houver árvore de
Natal, colocar nela frutos de nossa terra e outros símbolos que expressem
nossos sonhos e esperanças. O presépio de ser simples, bonito e de bom gosto,
como foi simples e pobre a manjedoura onde Jesus nasceu.
20. Convém
lembrar a importância da novena de preparação para a celebração do Natal.
Incentive-se para que, nestes dias grupos e famílias se reúnam para juntos
ouvirem a Palavra de Deus, rezarem e, assim, à luz desta Palavra, da oração e
da fé, estreitarem os laços de amizade e solidariedade entre todos.
21.
Sendo Advento, por excelência, também um tempo mariano, pode-se destacá-lo
com alguma imagem ou ícone de Nossa Senhora dentro do espaço celebrativo.
Nunca, porém, colocar a imagem sobre o altar. O melhor seria perto da coroa
do Advento.
22.
Escolher músicas que expressem o desejo do coração de ver sinais de vida, de
justiça e de paz cada vez mais fortes e verdadeiros em nosso tempo, ainda tão
marcado pela injustiça, violência e morte. O Hinário Litúrgico I – CNBB,
acompanhado de CD, e o Ofício Divino das Comunidades apresentam um repertório
excelente de cantos para as celebrações deste tempo.
Desejo
que todos tenham um Santo e Feliz Advento e assim, possam se preparar com
alegria e esperança para celebrar o Natal do Senhor Jesus.
Que
Maria, a Senhora do Advento, interceda por todos nós.
Em
Cristo Jesus,
Dom Jeremias Antônio de Jesus
Bispo Diocesano
Bibliografia:
Pereira,
José Carlos. Liturgia – Sugestões para Dinamizar as Celebrações – Ed. Vozes
Projeto
Nacional de Evangelização – O Brasil na Missão Continental – CNBB
Projeto
Nacional de Evangelização – Queremos ver Jesus – Caminho, Verdade e Vida –
CNBB
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