Iniciamos outubro, mês das Missões,
com a memória belíssima de Santa Tereza do Menino Jesus e da Sagrada Face, que
viveu os últimos decênios do século XIX, falecendo, portanto, 115 anos atrás.
Era francesa de Alençon. Tornou-se carmelita em Lisieux, por isso é também
conhecida como Santa Tereza de Lisieux.
Muito do que conhecemos de Santa
Terezinha do Menino Jesus é extraído de suas próprias anotações, que ficaram
conhecidas como “História de uma alma: manuscritos autobiográficos”, publicados
pela primeira vez em 1898, menos de um ano depois de seu falecimento. Foram
escritos três cadernos, que ficaram numerados como Manuscrito A (dedicado à
Reverenda Madre Maria Inês de Jesus), Manuscrito B (Carta à Irmã Maria do
Sagrado Coração), e Manuscrito C (dedicado à Madre Maria de Gonzaga). Os
escritos são lembranças e reflexões narradas em estilo simples e de grande
profundidade teológica e espiritual.
No início do Manuscrito B, parágrafo
251, Santa Terezinha escreve: “Apesar de minha pequenez, quisera esclarecer as
almas, como os Profetas, como os Doutores. Tenho a vocação de ser Apóstola...
Quisera percorrer a terra, apregoar teu nome e implantar em terra de infiéis
tua gloriosa Cruz. Mas, ó meu Bem-Amado, uma única missão não seria bastante.
Quisera anunciar, ao mesmo tempo, o Evangelho pelas cinco partes do mundo, até
as ilhas mais remotas... Quisera ser missionária não só por alguns anos, mas
quisera sê-lo desde a criação do mundo, e sê-lo até a consumação dos séculos...
Mas, acima de tudo, quisera, ó meu amado Salvador, por ti quisera derramar meu
sangue até a última gota”... (História de uma alma: manuscritos
autobiográficos. 21. ed. São Paulo: Paulus, 1986, p. 211-212).
Santa Terezinha foi canonizada em
1925. No centenário de seu falecimento, em 1997, foi declarada Doutora da
Igreja pelo Papa João Paulo II, tornando-se a terceira Doutora, ao lado de
Santa Catarina de Sena e Santa Tereza de Ávila.
Ao declarar Doutora a padroeira das
Missões, João Paulo II queria dizer que os ensinamentos de Santa Terezinha não
se limitam apenas a seu tempo, mas transcendem os séculos e são atuais para os
homens e mulheres de nosso tempo.
Padre Ismar Dias de
Matos
p.ismar@pucminas.br
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